Sobre os Bares

Não é tua a minha vida.

E como não foi teu meu nascimento,

Também não será tua a minha morte...

Onde vês a peste,

Eu vejo a alegria;

(enquanto olhas pra peste)

Onde vês a peste,

Eu vejo o olhar;

(enquanto olhas pra peste)

Onde vês ameaça,

Eu vejo aventura;

Onde vês aglomeração,

Eu vejo comunhão;

Onde vês proteção,

Eu vejo sorrisos perdidos;

Onde exiges  ausências,

Eu quero presença;

Onde queres isolamento,

Eu quero meus riscos;

Onde vês amor pela vida

Eu vejo vida sem amor;

Onde vês preservação

Eu vejo amores perdidos pra sempre;

Onde vês transmissão

Eu vejo mãos, vejo lábios e corpos...

Onde vês o contágio,

Eu toco...

Minha vida não é tua.

Onde vês solidariedade,

Eu vejo o medo;

Onde vês altruísmo,

Eu vejo submissão;

Onde vês a morte,

Eu brindo.