14 de outubro de 2015

Sobre "A Lula e o Zeppelin" (V)

Sobre “A Lula e o Zeppelin” (V)
Eu pretendia, como escrevi no final da postagem anterior, destrinchar pelo menos mais um conjunto de estrofes da paródia para evidenciar que a composição da mesma foi devidamente pensada e repensada e fundamentada na observação dos fatos; tal coisa pode parecer desnecessária, inútil até (pelo menos pra “quem pensa” e não tem um pensamento político dogmático); mas como já disse antes, isto aqui é dedicado aos que ‘discordam’ do que fiz.
 O fato é que não vou mais gastar palavras destrinchando nada. Comecei a fazer isso apenas para tentar fundamentar as coisas que eu ainda tenho pra falar, sobre ideologia e política, rebatendo a argumentação dos que ‘discordam’ do que fiz; alguns, inclusive, abismados ao pensar em como uma pessoa como eu, um professor de História, possa não ter consciência de que está sendo vergonhosamente ‘manipulado’ pela ‘mídia golpista’ a serviço do grande capital que arquiteta um ‘plano conspiratório’ das elites de direita.
Não acho que eu esteja sendo parte da massa de manobra de ninguém, e o que escrevi até aqui se destinava a tentar, pelo menos tentar, convencer que tal pensamento é improcedente. O que fiz foi de caso pensado, e muito, inclusive considerando até que ponto eu poderia estar sendo manipulado, 'seguindo a onda', sendo seduzido e levado pelo contexto atual.
Mas vou parar de esmiuçar as estrofes por aqui, senão vou passar o resto da vida escrevendo sobre ela. E vou parar por três razões básicas:
Primeiro, porque o texto sobre esse tema já está ficando grande demais, maior do que devia, e além de não querer sobrecarregar demais o leitor eu tenho mais o que fazer na vida, tenho outros projetos e outros afazeres, não quero gastar meu tempo já demasiado escasso tentando explicar a quem não quer explicações aquilo que, pra mim e pra muita gente mais, foi uma paródia muito bem feita;
Segundo, porque o objetivo principal destes textos que escrevo agora é rebater as críticas políticas e ideológicas que recebi, é esse o tema central que quero expor; isto aqui não é pra ser uma aula sobre interpretação de textos, não deveria estar explicando o que fiz, e sim o porquê de eu ter feito o que fiz;
E terceiro, que é o motivo principal: não se passam nem três dias sem que surja algo na imprensa ou na internet que corrobora o que eu já pensava; e eu, então, acabo querendo incluir esse ‘algo’ nos meus textos, o que, além de torná-los maiores do que deveriam ser, ainda me obriga a reescrevê-los; tal coisa acaba por aumentar também o intervalo entre as postagens e me consome mais tempo. Não é só força de expressão eu ter escrito acima que não quero passar o resto da vida escrevendo sobre isso. O assunto parece ser inesgotável, interminável.
Há uns dez dias, por exemplo, li um artigo no editorial da Folha de São Paulo (não me lembro do nome do autor ou da data exata do artigo) onde o autor, se referindo à Operação Lava-Jato, mencionou que ninguém nem mesmo sabia por que razões essa investigação levava esse nome. Pois é, eu sabia. Eu e pelo menos mais vinte milhões de pessoas. Espanta-me que alguém ligado ao jornalismo, num veículo de comunicação de circulação nacional, não tenha sequer se dado ao trabalho de pesquisar tal coisa, o que, a meu ver, é um reflexo a mais da mediocridade na qual se encontra o país. O cara, pelo jeito, sequer procurou saber; a meu ver, bastava ter perguntado, alguém ali por perto deveria saber; não pensou nisso. Eu pensei. E pra quem ainda não sabe, a operação leva esse nome porque começou com a Polícia Federal lá do Paraná investigando uma rede de lavanderias e postos de combustíveis que movimentavam muito mais dinheiro do que se poderia esperar de tal setor da economia (coisa de mais de dez bilhões de reais), envolvendo ‘lavagem de dinheiro’; e, no decorrer das investigações, em meio a prisões preventivas, escutas telefônicas e mandatos de busca, o que era pra ser uma investigação de rotina acabou se alastrando por dez estados num esquema monumental de corrupção que acabou chegando às altas cúpulas do poder em Brasília. Daí eu ter colocado, na paródia, que “...surgiu de longe, silencioso feito um monge...”, e também que “...se infiltrou nos edifícios, achou mais de mil indícios...”. Pois é, eu pensei nessas coisas todas.
Mas vou parar por aqui com esse negócio de explicar o que fiz. Vou procurar me ater ao que pretendia antes de começar a escrever, o que já é muito.
Só mais um outro exemplo, antes de fechar esta postagem, de que no espaço de tempo em que eu tento escrever um capítulo aparece alguma ‘novidade’ que corrobora o que penso e que me faz reescrevê-lo: ainda ontem, a “lula”, em público, procurou defender a sua “cria” justificando as ‘pedaladas’ fiscais como sendo feitas em nome de ‘uma boa causa’.
Não é mesmo uma “cria”? Quem controla os “tentáculos”? O poder está de fato nas mãos de quem detém o poder de direito?



(continua)





4 de outubro de 2015

Sobre “A Lula e o Zeppelin” (IV)

Sobre “A Lula e o Zeppelin” (IV)
Dizem que o ‘pior cego é aquele que não quer ver’.
Errado.
Um cego não pode escolher se quer ou não ver. Pior cego é aquele que continua querendo confiar na visão, que não tem, quando podia recorrer a alguma outra coisa que tem, como o olfato, a audição e o tato, para uma melhor compreensão da realidade. Esse é o pior cego. Aquele que, sendo cego, despreza o olfato, a audição e o tato como se fossem algo que perturba ou prejudica a visão que não tem. Pior cego é aquele que acha que enxerga.
(continua)

Sobre "A Lula e o Zeppelin" (III)

Sobre “A Lula e o Zeppelin” (III)

https://www.youtube.com/watch?v=OApf-2RH6wc

Vejamos, portanto, se naquilo tudo o que eu compus há algum elemento do qual se possa, sensatamente, ‘discordar’; se há algum ser que, sendo pensante, não devesse ou não pudesse ter concluído o que eu concluí com os dados disponíveis.
(Não vou relacionar aqui todos os vídeos que atestam os dados que usei como matéria-prima pra compor, estão todos disponíveis na internet; até pensei em fazer isso, mas desisti: iria sobrecarregar demais a postagem, iria consumir um tempo que me é precioso para escrever, e são vídeos suficientemente abundantes e públicos para que qualquer um os busque; isto aqui não é uma tese, é uma explicação.)
Para falar apenas dos casos mais notórios, desde os tempos do ‘mensalão’: todos os envolvidos na imensa rede de falcatruas dentro do próprio Estado não estavam, diretamente, desde épocas imemoriais, ligados ao ex-presidente, como os ‘tentáculos da lula’?
Esses mesmos ‘tentáculos’, hoje sabidamente ‘gigantes’, não ‘encobriam mistérios’ que hoje estão vindo à tona? Ele próprio, o Lula, ainda que apenas com o seu carisma (que ele inegavelmente tem), não contribuía para ‘encobrir todo mistério’?
E esses tentáculos não ‘sugavam a riqueza que encontravam, como fosse inesgotável’? E não estamos vendo, hoje, que continuam achando ‘inesgotáveis’? Que basta aumentar os impostos e tudo se resolve? Não estamos vendo que nós, a esgotada fonte da tão escassa riqueza que sustenta tantos parasitas, estamos nos consumindo apenas para que possamos continuar sendo consumidos? Como se existíssemos apenas para fornecer, sempre e de forma incontestável, os recursos que garantam a eles próprios continuarem existindo em função prioritariamente de si próprios...!
A Dilma não é ‘cria’ do Lula? Não foi graças a ele que ela se elegeu? Chegaria ela sequer perto de ter tantos votos se não fosse o apoio dele? A ‘cria’ não ‘se assumia mesmo como cria’? Ela não afirmou, em público, que “o presidente Lula não precisa voltar, porque ele nunca saiu”? Ou fui só eu que vi isso e se trata de um delírio? Não é isso uma imensa falta de ‘pudor por sua imagem’, falar o que falou como se dissesse ‘estou na Presidência, mas não sou Presidente’? Sou apenas ‘marionete’? E se assim é, se ele de fato "nunca saiu" e ela própria admitiu isso, não seria razoavelmente óbvio concluir que o principal responsável por tudo isso é ele?
Não há uma quantidade inumerável de declarações ‘estupidificadas e xucras’ da 'cria', públicas, espantosamente reais e devidamente registradas e disponíveis?
Tudo nesta postagem, até aqui, foi só pra tratar do primeiro conjunto de estrofes; que são, como já disse, trabalhosamente pensados, rimados, metrificados e estruturados.
Mas vou continuar por mais um conjunto, pelo menos; pra poder deixar bem evidente que o todo que fiz não foi um rompante de devaneio. Daí pra frente, quem quiser encontrar coerência entre o que eu fiz e o que acontece que busque sozinho. Que pesquise por conta própria. Ou que volte pra escola pra estudar literatura, redação e interpretação de textos.
Porque a realidade é só a matéria-prima da arte, não é a arte em si; e se ‘a vida imita a arte’, é por usá-la como farol. Ilumina. Abre os olhos. Dissipa nevoeiros.  A ciência nos ensina como percorrer o caminho, mas é a arte que nos orienta.


(continua)