27 de junho de 2013

OS VINTE CENTAVOS MAIS CAROS DO MUNDO (III)


OS VINTE CENTAVOS MAIS CAROS DO MUNDO (III)

Tenho algo a dizer, ainda. E muito ainda direi, com certeza.

Essas bestas na política acho que não estão entendendo (ou não estão querendo entender) o recado das ruas. Ou estão entendendo muito bem e planejando como livrar a própria cara e ao mesmo tempo confundir a população.

Ou então sou eu, que já fui pra rua, que não estou entendendo nada; portanto, perdoem-me os leitores se, em alguns trechos, uso o pronome ‘nós’ e não ‘eu’ ao escrever, pois na minha opinião o que digo não reflete exclusivamente meu ponto de vista, é a expressão da vontade da maioria. Mas talvez a besta seja eu, por isso vou começar de novo, reiterando meu pedido de perdão se esse ‘nós’ não for cabível:

Essas bestas na política acho que não estão entendendo (ou não estão querendo entender) o recado das ruas. Ou estão entendendo muito bem e planejando ardilosamente como livrar a própria cara e ao mesmo tempo confundir a população.

Imagino que a reforma política que queremos é MORAL, mais do que institucional, infinitamente mais. Não mostramos isso o bastante? Nosso grito não foi alto o suficiente?

Falam em plebiscito para uma reforma constitucional. Mas quem é que foi pra rua protestar contra a Constituição? Quem é que está assim tão insatisfeito com a atual a ponto de querer que essas pessoas que compõem o Congresso (ou os atuais partidos) façam uma nova?

Estamos criticando a classe política como um todo, a ponto de sequer querermos envolvimento partidário nas passeatas, e vamos querer agora delegar a essa mesma classe política o poder de alterar nossa Constituição?

É isso que queremos?

Ou queremos decência, honestidade, integridade, comprometimento e dedicação, por parte de qualquer um, quem quer que seja, que esteja na política? O que queremos não é melhorar o país? Não estamos, todos, querendo representantes nos quais possamos confiar, antes que se faça algo tão importante quanto uma nova Constituição?

Queremos mesmo uma nova Constituição?

É isso que queremos?

Ou é isso que eles querem?

Talvez seja.

Confundir, burocratizar, absorver o que não pertence a eles, colocar as ruas numa tribuna, mas para transformar reivindicações em catálogos, para que o povo volte a ser artigo de consumo. Fazer com que nos percamos nos meandros da burocracia, percorrendo escrivaninhas e gavetas como papel e não como povo. Para que recuperem o controle. Para que não estejamos à altura do que estará sendo discutido entre eles. Para que nos sintamos ignorantes. Para que dependamos da opinião de especialistas ou da mídia. Para que percamos o que criamos.

Queremos mesmo que essa classe política que está aí, que só está agindo porque está sob pressão e não qual não confiamos, faça outra Constituição?

Não, não acho que seja isso.

Vamos primeiro moralizar os políticos e os partidos, e isso nas ruas e no voto, não nos gabinetes.

Depois pensaremos em alterar as instituições.

 

 

 

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